Ninguém duvida: o SAP S/4 Hana veio para ficar. O ERP oferece um ambiente de dados 100% em nuvem, processa informações com mais rapidez devido à tecnologia in-memory e a sua nova interface, o SAP Fiori, é intuitiva e simples, portanto mais fácil de configurar, aprender e usar.
O SAP S/4 Hana é acessível de qualquer lugar, via app, por meio do qual se faz todo tipo de transação. A plataforma também tem melhor custo-benefício, pois o processamento em nuvem diminui muito os investimentos em hardware, reduzindo custos fixos e despesas. Além disso, o núcleo digital do S/4 Hana integra em tempo real todas as “pontas” do negócio – clientes, fornecedores e pessoas –, agilizando decisões e o compartilhamento de informações.
Diante de tudo isso, surge a pergunta: preciso migrar o quanto antes a versão do ERP da minha empresa para o SAP S/4 Hana?
Calma lá!
Segundo o Chief Technology Officer (CTO) da Homine, Alfredo Menin, a decisão de migrar para o SAP S/4 Hana, ou para qualquer outro ERP, depende, antes de tudo, de uma análise prévia e criteriosa das necessidades da empresa, do seu ambiente de TI, dos objetivos do negócio, entre outras variáveis.
Contudo, já é possível observar movimentos no mercado de TI e delinear análises a respeito da implementação do SAP S/4 Hana nas empresas, em especial no que diz respeito à sua aderência aos diferentes portes de companhia. A seguir, elencamos alguns cenários de análise.
O segmento de PMEs é o que mais deverá se beneficiar com a implementação do SAP S/4 Hana. “É um ERP rápido, versátil, com ótimo custo-benefício e grande capacidade de processamento em nuvem, qualidades que contribuem para a competitividade e o desempenho dos pequenos e médios negócios”, destaca o CTO da Homine.
O SAP S/4 Hana reduz o parque de hardwares da empresa e é escalável, ou seja, disponibiliza mais espaço de armazenamento e insere novos usuários no sistema, caso a empresa solicite. Some-se a isso a capacidade de processar grandes volumes de dados em menos tempo, tornando a solução mais leve e ágil. “Ela é uma solução menos onerosa e possibilita uma operação mais flexível e integrada, um cenário ideal para as PMEs”, acrescenta Menin.
As PMEs dispõem de estrutura financeira para a implementação do S/4 Hana. As empresas de pequeno porte têm uma receita anual de até R$ 4,8 milhões; e as de médio porte, de até R$ 300 milhões. Em função da atual situação econômica por que passa o Brasil, a adoção do SAP S/4 Hana pelas PMES requer um planejamento financeiro sólido atrelado a um cronograma de implementação realista, evitando assim contratempos financeiros e operacionais.
Em relação às grandes corporações, as regras de compliance podem ser um desafio à implementação do SAP S/4 Hana, uma vez que os dados da empresa estariam armazenados na nuvem, ou seja, fora de seus domínios, o que ainda é visto com desconfiança pela governança de muitas empresas.
“Uma alternativa é a empresa criar a sua própria estrutura de nuvem, ou cloud, dentro da qual o S/4 Hana poderá operar sem o compartilhamento de dados com terceiros; é um investimento alto em hardware e pessoal, mas possível de ser realizado em corporações com grande capacidade financeira”, avalia Menin.
Segundo o CTO, cerca de 90% das empresas brasileiras e muitas organizações internacionais têm optado, por sua vez, pela adoção de um modelo híbrido – o EHP8, que é a versão SAP ECC com o conceito de memória Hana. Isso significa manter a estrutura de hardware existente na empresa e acrescentar capacidade de processamento ao sistema (mais memória). O resultado é um melhor desempenho e mais agilidade do ERP.
“É importante ressaltar que essa transição para o modelo híbrido requer um projeto criterioso de atualização do sistema, afinal serão implementadas novas funcionalidades, cadastros e melhorias que não são simples e necessitam de um planejamento cuidadoso para evitar falhas e ineficiências”, analisa o CTO da Homine.
Ainda de acordo com Menin, corporações que atuam na América Latina, cuja sede está no exterior (Europa e Estados Unidos, por exemplo), e que realizaram a migração para a versão híbrida recentemente, necessitam implementar ajustes para adaptar seus sistemas à situação fiscal brasileira. “Sem sombra de dúvida, a parte fiscal sempre foi e será o desafio de qualquer ERP no Brasil, independentemente de sua versão”, conclui.