Da esquerda para a direira: Danila Teixeira, Elisabet Vicente e Jéssica Lopes, colaboradoras do time de TI.
Uma das indústrias que mais cresce e se desenvolve a cada ano, o setor de tecnologia é também um dos que apresenta as maiores taxas de desigualdade de gênero na força de trabalho. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, mostram que o mercado de TI no Brasil é composto apenas por 20% de profissionais mulheres. No Google e Microsoft, duas gigantes do mercado, pouco menos de um terço do total de funcionários é mulher.
A tendência de baixa representação feminina persiste também nas novas tecnologias. Um relatório divulgado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial revelou a lacuna de gênero que já se desenvolve entre os profissionais de Inteligência Artificial, sendo só 22% deles do sexo feminino.
Porém, o que a maioria das pessoas desconhece é que não faltam exemplos na história para provar como as mulheres foram pioneiras neste setor. É o caso das programadoras Grace Hopper, considerada a mãe do COBOL, e Ada Lovelace, que escreveu o primeiro algoritmo da história, além de várias outras.
Os motivos que afastaram as mulheres da TI são inúmeros e vão desde a imposição de barreiras culturais e estereótipos de gênero até o machismo ainda existente em alguns ambientes de trabalho e salas de aula. Mas, aos poucos, elas estão retomando o seu espaço na área. “Nos últimos 5 anos, estamos vendo um movimento de recuperação de fatia de mercado pelas mulheres e de quebra de barreiras”, avalia a coordenadora de Recursos e Serviços da Homine, Rosana Silva.
Falando especificamente do segmento de SAP, a coordenadora destaca que nas academias para formação de consultores, é possível observar uma equalização dos gêneros ou até mesmo uma inversão – mais mulheres do que homens. “As mulheres têm consciência de que não devem estar fora de nenhum mercado e que só precisam da sua força de vontade para adquirir as competências”, observa.
E para inspirar mais mulheres a ingressarem nesta área, a Homine traz os exemplos da Jéssica, da Danila e da Elisabet, três colaboradoras do time de TI que compartilham suas trajetórias, falam de desafios e deixam alguns conselhos valiosos às mulheres.
A carreira na área de tecnologia não foi uma escolha imediata. Jéssica chegou a pensar em Filosofia, porém, indecisa, decidiu seguir o conselho de um primo que trabalhava com TI e sugeriu um curso técnico na área. “Vi como uma coisa nova e fui com a mente aberta. Gostei e continuei”, conta. Estudou programação, com foco em desenvolvimento web; na sequência, formou-se em Análise de Desenvolvimento de Sistemas.
Jéssica lembra que recebeu incentivos na escolha da carreira, mas reconhece que ainda há poucas mulheres atuando na sua área e que muitas desistem, por não se sentirem acolhidas. Na Homine desde 2013, a analista de suporte integra o time de Documentos Eletrônicos e é responsável por garantir a resolução de problemas técnicos que envolvam a emissão e processamento de notas fiscais nos clientes da solução Signature.
Às mulheres que planejam trabalhar na área de TI, Jéssica deixa um conselho: “Entrem porque gostem. E não se deixe menosprezar na primeira brincadeira, comentário machista ou dificuldade. Mostre que é capaz e siga em frente”. Quanto ao futuro, seus planos são continuar estudando e ter experiências em outros segmentos da tecnologia.
A intenção era seguir a carreira da mãe, professora no ensino fundamental. Mas foi a própria mãe que a desencorajou da ideia, ao mostrar a dura realidade da profissão. Danila descobriu que tinha perfil para trabalhar com tecnologia ao fazer um teste vocacional no colégio. Graduou-se em Ciência da Computação e trabalhou com desenvolvimento de software até surgir a oportunidade de fazer um curso de ABAP, linguagem de programação específica da SAP. Já são 16 anos de experiência com o sistema.
Na Homine há quase dois anos, Danila atua nas áreas de Novos Produtos e Shared Services realizando melhorias e customizações nas soluções para o SAP, como o HomSoft, e no ERP em geral. Já atuou em projetos na Emerson, Primetals, Amyris e várias outras empresas. A consultora relata que sempre foi bem aceita na área de TI, sem preconceitos.
“As mulheres estão passando por cima dos preconceitos, decididas a mostrarem que são capazes. Estamos formando novos conceitos”, afirma Danila, observando que a maior presença feminina no setor já é aceita como algo natural. Para ter chances no mercado, segundo ela, é preciso dedicação e se atualizar sempre.
Formada em Administração de Empresas, Elisabet trabalhou na área financeira por um tempo, mas não estava satisfeita e queria mudar. Primeiro, teve a chance de trabalhar como usuária do SAP na área de vendas. Depois, com o apoio da líder do seu time, que destacou seu perfil para atuar como consultora, veio a oportunidade para fazer a academia SAP. Foi o que ela precisava para mudar definitivamente os rumos da sua carreira.
A consultora cuida de toda a parte de vendas do SAP, analisando cenários e levantando processos e requisitos para o melhor funcionamento do módulo SD (Sales and Distribution) no sistema ERP das empresas. Há cerca de nove meses na Homine, Elisabet já atuou em projetos em clientes nacionais e multinacionais como Lyondell Basell, Emerson e AgroFresh. “Cada cliente é um novo desafio”, conta.
Elisabet lamenta que as oportunidades atuais no mercado não sejam as mesmas de quando começou. “Hoje está um pouco mais difícil, mas se a profissional já trabalha como usuária do SAP em uma empresa, vale a pena investir e fazer uma academia”, aconselha. Fica a dica!